19
Jan 11

Não sei o que me possuiu mas escrevi isto..... e postá-lo..... (err.... aviso de sangue?)

 

 

Os sons de alguém a cozinhar e a cantarolar vinham da cozinha. Um mulher  cozinhava e franziu as sobrancelhas quando viu que não tinha nenhum molho de tomate para o prato.

 

Comprar molho de tomate.


O som da chave a destrancar a porta soou mas ela ignorou-o, continuando a fazer a sua lista mentalmente e a cozinhar.

 

Tenho de lavar a roupa.

 

Uma breve gargalhada veio da entrada e ela parou de cortar a couve para a soupa por uns segundos.

 

Amanhã tenho de levar a tarte para o trabalho. É a minha vez.

 

O ruído surdo de passos estava a ir para a direcção dela.

 

Tenho de limpar a cozinha e a casa-de-banho.

 

Sentiu braços a abraçar-lhe a cintura e um sopro de ar perto da sua orelha antes do múrmurio e o beijo no pescoço. Ela nem pestanejou.

 

Também tenho de lavar os pratos. A máquina avariou.

 

Um sorriso estava na cara do homem quando se afastou. Não estava minimamente chateado que ela não tivesse reagido "Vou para a sala."

Um quase imperceptivel assento da cabeça e ele deu de frosques.

 

Os lençois precisam de ser mudados.

 

Ela parou de cortar quando se apercebeu que mais nada tinha para esse efeito.

 

Preciso de um banho... mas o canalizador tem de vir.

 

Ouviu alguém a cantar. Com uma expressão indecifrável, ela foi ter com o seu marido, a faca na sua delicada mão.

 

Os tapetes estão enxutos. Já os posso pôr na sala.

 

Viu-o sentado no sofá, à frente da televisão, totalmente ignorante dela.

 

É preciso varrer o quarto.

 

Uma voz inocente e ele virou-se, um sorriso outra vez na sua cara. A faca estava atrás das costas, bem escondida da vista.

 

A Júlia disse para eu fazer aquele relatório.

 

Ele levantou-se e foi ter com ela, até a meio do corredor.

 

O carro vai ter de tomar banho.

 

Rapidamente a faca está espetada no peito dele, exactamente sobre o coração.

 

Tenho de ir ver o jantar se não, ele fica queimado.

 

Volta a atacar o peito e degola o corpo. Ela deixa o braço descair e a faca cair-lhe da mão.

 

A televisão precisa de um acerto.

 

A cara dela  não mostra emoção. As roupas pingam de sangue e ela olha fixamente, sem remorso, para a cara do cadáver, para sempre numa expressão de surpresa e incompreensão, olhos abertos sem o minimo brilho de vida.

 

Preciso de levar o lixo fora.

 

O telefone toca e ela o atende, pintando onde agarra de vermelho. A voz alegre dela soa e responde à amiga.

 

Sexta tenho aquele passeio. Preciso de ver as minhas roupas.

 

Ela desliga primeiro e olha para a poça de líquido viscoso novamente. O cheiro a cobre é intenso e ela torce o nariz.

 

Tenho de Limpar o corredor outra vez.

Preciso de um ambientador novo.

publicado por Ace às 18:41

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