24
Fev 11

Olhos verdes olharam para aquele à sua frente, surpresa óbvia neles. O queixo quase chegava ao chão e ela fitou-o sem palavras, o cérebro dela ainda a tentar registar a pergunta, afirmação dele.

"O... o quê?" conseguiu, por fim, perguntar.

Ele tirou os olhos do chão, fechando-os, respirou fundo e olhou para os olhos dela. "Gosto de ti. Muito." e as bochechas ficaram vermelhas "N-não muda nada se não quiseres quer dizer isto é confuso e, bem, tipo, olha esquece foi es-" o discurso foi interrompido quando ele sentiu lábios contra os seus. Ele pestanejou surpreendido e separaram-se. Agora era ele quem a olhava embasbacado.

"Irra, se te calasses por um segundo entendias que também gosto de ti. Porque raio demoraste tanto tempo?!"

O rapaz piscou os olhos e encolheu os ombros "Nunca ouviste dizer que quanto maior a espera melhor a recompensa?" um sorriso enfeitou-lhe a face.

"Gosto mais das coisas na hora... e tira-me esse sorriso daí!" e beijou-o. Mesmo no meio do beijo ela sentiu que o sorriso nunca desaparecera completamente.

 

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Hey, o título disse que era estúpido.

publicado por Ace às 23:01
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13
Fev 11

Podes tentar oferecer

Um milhão de rosas

Mas irei-te ignorar

Isso é para as vaidosas

 

Peluches com corações

não aceito por várias razões

Uma delas até pode ser

Não gosto de coisas pirosas

 

Se tudo o que me ofereceres

for um beijo cheio de paixão

Sorrirei e te abraçarei

Contigo então ficarei

 

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Já vou adiantada mas vou já postar XD... é um bocado mais amoroso do que escrevo normalmente mas pronto...

publicado por Ace às 22:42

11
Fev 11

Tudo muda.

As pessoas, os sítios, tudo.

 

A jovem olhou em volta, à procura de uma pessoa entre centenas de passageiros que se reuniam com a família, amigos, sócios ou que estavam sozinhos, ansiosos de ir para onde queriam ir.

Uma pessoa acenou-lhe e ela reconheceu uma das suas melhores amigas e de quem estava à procura, uma das poucas com quem falava (quando conseguia) mais que duas vezes por ano.

Outros conhecidos estavam lá e entre cumprimentos, abraços, sorrisos, os 'Tudo bem? e 'Então as novidades?' ela notou nas diferenças. Estavam todos mais velhos, uns com voz mais grossa ou aguda, outros altos ou baixos, musculados ou gordinhos, mais alegres ou silenciosos do que se lembrava. Estavam diferentes.

Foram todos para um café que, apesar das diferentes cores e diferentes empregados, reconheceu como um dos pontos de encontro favoritos para se encontrar com o grupo antes de ir para o Japão.

"O que vai ser?" perguntou uma das empregadas, bloco digital nas mãos, pronta para os pedidos. Cada um pediu a sua bebida de escolha: cerveja, imperial, café, sumo...

"Chá verde." respondeu e com um assento de cabeça, a empregada foi buscar os pedidos.

"Pensava que não gostavas do sabor disso?"

Ela encolheu os ombros "Mudei de opinião."

O resto do tempo foi passado com brincadeiras, sorrisos, risos e as novidades. As conversas mudaram também reparou ela. Já não eram sobre os mais giros ou giras da turma, sobre aquela nova música dos não-sei-quantos, sobre os exames e os testes e os professores. Agora eram sobre os empregos, sobre os chefes e os colegas, sobre a politica e sobre os namoros dos outros que lá não estavam.

O ambiente também mudara. Antes de ir para o Japão, ela não hesitaria em dar um abraço apertado e um beijo na bochecha a qualquer um deles repentinamente. Agora isso não havia aquela vontade.

Enquanto uma delas estava a falar dum dos namoros, a jovem olhou para a janela mesmo a seu lado enquanto bebia o chá, notando no sol bem no alto, a espalhar a grandiosidade do Verão pela cidade.

Uma pessoa passou. Tinha olhos azuis  e cabelo castanho claro curto. Estava mais musculado e alto. Ele passa sem olhar e ela volta a sua atenção à conversa.

O chá estava frio.

 

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Dias transformaram-se em semanas e estas arrastaram-se a meses.

Às vezes o grupo todo se encontrava no café, outra vezes era só um ou dois que estavam disponíveis, outras era só ela, a beber o chá verde, sempre na mesma mesa, no mesmo sofá (pois porque lá não eram cadeiras), pela mesma hora.

Um desses dias, ela bebia o chá quando ouviu as gotas grossas da chuva contra a janela. Olhou para a cena com a bebida entre as mãos para mantê-las quentes.

Ouviu passos a aproximarem-se da mesa e alguém a sentar-se no sofá da frente mas não tirou os olhos da chuva contra a janela.

A empregada vem.

"Uma bica." pede uma voz mais grossa do que se lembrava mas ela não ficou surpreendida. Tudo tinha mudado, inclusivamente ela.

Ficaram em silêncio, cada um com a sua bebida. Ela continuou a observar a chuva enquanto que ele a observava.

"Chegaste há uns meses não foi?" começou o jovem. Ela não olhou para ele mas acenou com a cabeça. "Como foi Japão?" recebeu um encolher de ombros. Ele continuou a fitá-la "Estás sempre aqui a esta hora não estás?"

A questão fê-la trancar os seus olhos verdes com os azuis dele "Reparaste?"

Um pequeno sorriso "Seria difícil não reparar quando passo por esta rua todos os dias, mesmo à frente do café."

A cara dela mostrou surpresa antes de ser trocada por uma expressão neutra "Então como vai tudo com a Susana?" tentou dar um ar casual.

Desta vez foi ele que desviou o olhar do dela e começou a brincar com a colher do café "Acabámos."

"A sério? Mas ouvi dizer que estavam perfeitos..."

"Heh.... ela não era quem queria." voltou a olhá-la nos olhos "Desculpa..." murmurou, totalmente sério.

Ela fitou-o "Já foi há anos. Ia para o Japão.... era o mais lógico..."

Ele vergou-se sobre a mesa "Não mudaste muito...." comentou.

Ao ver a expressão confusa dela ele continuou, levando o seu olhar para a chuva "Sempre adoraste ver a chuva a cair."

Ela sorriu "E tu adoras o cheiro a café não é? Só que agora também bebes...." inclinou-se sobre a mesa também até ficarem com os narizes quase a tocarem-se.

"E tu sempre gostaste do sabor...." sussurrou o jovem, incitando-a.

"Já algum tempo que não saboreio bom café...." olhavam-se nos olhos e eram só os dois. Ela aproximou-se um bocado mais até os lábios se encontrarem e os dois pares de olhos fecharem. O sabor a café era forte nele.

Separaram-se.

"Aquele foi o pior erro da minha vida...." admitiu

"Então teremos de rectificá-lo não achas?"

E os seus sorriso eram idênticos de quando eram mais novos. Estavam mais velhos, com gostos ligeiramente diferentes tal como hábitos e tinham muito mais conhecimentos.... mas o sentimento perdurou.

A chuva caía a réu.

 

Tudo muda.

As pessoas, os sítios, tudo.

Excepto, às vezes, os sentimentos.

 

 

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Pronto. Tentei fazer romance e isto aconteceu....

publicado por Ace às 21:20

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