25
Fev 11

A primeira coisa que a Susana notou foi que estava a nascer o sol. A segunda coisa que ela notou foi que a sua tia tinha um daqueles sorrisos que não agoiravam nada de bom. A terceira foi a mala com a sua roupa ao lado da sua tia.
"Tia, porque é que me acordaste?" a jovem tinha a sensação que não ia gostar da resposta.
"Bem Su, tu sabes que eu e o teu tio vamos trabalhar durante os próximos três meses para o pólo norte por isso, nós decidimos que seria uma boa ideia ires ter com o teu irmão e os seus amigos participar naquela viagem a que eles tão a ir!"
"Só podes 'star a gozar...."
"Isso é o que querias agora vai-te despachar, daqui a quinze minutos quero-te pronta para ires passar as tuas férias com o teu irmão!" e saiu dali para fora.
Com um suspiro, a adolescente saiu da cama e foi para a casa-de-banho, agarrando na sua roupa ao passar. Ao entrar na divisão, esta bocejou e esbracejou antes de se olhar para o espelho. O seu reflexo era a de uma rapariga de 15 anos, cabelo castanho até aos ombros, com madeixas um pouco para o arruivado, olhos de um cinzento tempestade que mudava de tonalidade dependendo do seu humor. O cabelo, presentemente, parecia um ninho de ratos e ela até tinha medo de tentar penteá-lo. Tomou rapidamente um duche e vestiu os interiores, uma T-shirt verde de algodão, calças de gangas meio esburacadas e umas sandálias pretas.
Regressou ao seu quarto e viu que a mala já estava pronta com tudo o que ela necessitaria em termos de vestuário... se houver lavagem onde quer que ela fosse. Agora só faltava entertenimento e para isso, agarrou na sua fiel mochila (que partilhou 3 anos dolorosos a aguentar com os livros e cadernos da sua ex-escola) e pôs lá dentro as suas coisas de desenho, a sua psp e seus derivantes (jogos e carregador), dois livros e, claro, o must para a maioria das adolescentes, o telemóvel.
Com um outro suspiro, Susana agarrou nas suas coisas e foi para a sala onde os tios já esperavam. "Estás 5 minutos atrasada Su... Ai Deus, que fiz eu de mal a educar esta pobre criança..." uns movimentos de braços de braços em desespero a gozar da mulher fê-la rolar os seus olhos.
"Evita tia, evita"
O tio deu uma gargalhada e disse "Bem, espero que te divirtas com o teu irmão e os seus amigos na sua 'tour'" com isto ele deu um beijo à mulher e um aceno à rapariga e foi-se embora.
"O tio não vinha connosco?" questionou Susana
"Nope, ele vai ter de trabalhar. Agora levemos estas malas para o carro." Um outro suspiro da jovem e assim o fizeram.

 

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Encontrei este pequeno texto e não sei se devia continuar ou não.... oh bem, depois decido.

publicado por Ace às 21:30
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24
Fev 11

Olhos verdes olharam para aquele à sua frente, surpresa óbvia neles. O queixo quase chegava ao chão e ela fitou-o sem palavras, o cérebro dela ainda a tentar registar a pergunta, afirmação dele.

"O... o quê?" conseguiu, por fim, perguntar.

Ele tirou os olhos do chão, fechando-os, respirou fundo e olhou para os olhos dela. "Gosto de ti. Muito." e as bochechas ficaram vermelhas "N-não muda nada se não quiseres quer dizer isto é confuso e, bem, tipo, olha esquece foi es-" o discurso foi interrompido quando ele sentiu lábios contra os seus. Ele pestanejou surpreendido e separaram-se. Agora era ele quem a olhava embasbacado.

"Irra, se te calasses por um segundo entendias que também gosto de ti. Porque raio demoraste tanto tempo?!"

O rapaz piscou os olhos e encolheu os ombros "Nunca ouviste dizer que quanto maior a espera melhor a recompensa?" um sorriso enfeitou-lhe a face.

"Gosto mais das coisas na hora... e tira-me esse sorriso daí!" e beijou-o. Mesmo no meio do beijo ela sentiu que o sorriso nunca desaparecera completamente.

 

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Hey, o título disse que era estúpido.

publicado por Ace às 23:01
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15
Fev 11

Abriu os olhos azuis para a escuridão e pestanejou-os lentamente para verificar a área em volta, a tentar reconhecer algo. Não conseguia ver nada em redor e, curiosa, olhou para as mãos dela. Estavam nítidas e contrastavam com o fundo negro, quase que se podia dizer que brilhavam.

Hesitantemente, deu um passo em frente (trás, lado, cima, baixo?) que foi seguido por outro e assim sucessivamente, cada um mais seguro que o anterior. Ela observou fascinada as pequenas linha de luz que apareciam a cada passo dado, como o agitar das águas, a pequena ondulação que aparece quando se manda um seixo à água. A única razão pela qual ela não pensou que estivesse a andar em liquido foi por os pés descalços dela não estarem molhados.

Andou por um bocado assim (Segundos, minutos, horas? Quem sabe.), entretida pelo o 'ondular' do chão, até que estacou.

De repente teve a necessidade de ter alguém perto de si, um apoio que a ajudasse a sair do meio da escuridão sufocante onde estava, alguém para se livrar do peso da solidão que se instalou nela.

Chamou um único nome, o único que se lembrava no momento.

Virou-se e sorriu de alívio quando o viu, a poucos metros de distância. Começou a andar na direcção dele e foi para agarrá-lo quando ele desvanece, a mão dela a agarrar ar. Arregalou os olhos, sabendo que esteve quase a agarrá-lo, quase a sentir a presença reconfortante dele.

Ela engoliu em seco quando sentiu a escuridão a piorar, tentáculos de solidão a querer apanhá-la e arrastá-la para onde quer que fosse. Gritou de susto quando os sentiu e deu involuntariamente um passo atrás... e caiu.

Não havia nenhuma base onde se pudesse equilibrar, onde o pé ganhasse apoio. No momento em que não encontrou chão ela soube que ia cair. Antes de começar a queda ela gritou novamente mas desta vez aquele nome da pessoa que lhe era tão importante que faria tudo o que pedisse. E à frente dela ele apareceu, mão esticada a tentar alcançá-la, a gritar o nome dela, o pânico a colorir-lhe a voz.

A mão dele fecha-se....

mas falha o pulso e a mão por milímetros.

Os dois pares de olhos trancam o olhar e foi como se o tempo parasse. Fitaram-se, os olhos de ambos reflectindo perfeitamente o que sentiam.

E o momento despedaçou-se como vidro e ela cai.

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A jovem engole o precioso ar como se o tivessem cortado. Entre as golfadas desesperadas dela, murmura um nome.

Um jovem entra no quarto, olha para a figura semi-consciente na cama e tenta acalmá-la. A pele está quente sobre os seus dedos e ele pega numa pequena toalha, encharcada de água fria, e põe-la na testa da rapariga que o agarra, como que a medo que ele vá desaparecer, choraminga febril a escapar-lhe dos lábios.

"Shh, shh, está tudo bem. Não vou sair daqui... shh." Disse o jovem, observando-a preocupado.

"Não vás.... por favor.... não vás..... não me deixes…. Não me deixes cair…."

 

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Alguém sabe a tradução portuguesa de 'whimper'? É que choraminga não me parece certo.... (sim, eu sou ao contrário. Algumas palavras só me lembro em inglês -.-)

E sim, deu-me na travadinha escrever isto :P

publicado por Ace às 14:01

13
Fev 11

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Andrusca fizeste o comentário 50 XD

Tentei o meu melhor.... ^.^;;;

publicado por Ace às 23:14
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Podes tentar oferecer

Um milhão de rosas

Mas irei-te ignorar

Isso é para as vaidosas

 

Peluches com corações

não aceito por várias razões

Uma delas até pode ser

Não gosto de coisas pirosas

 

Se tudo o que me ofereceres

for um beijo cheio de paixão

Sorrirei e te abraçarei

Contigo então ficarei

 

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Já vou adiantada mas vou já postar XD... é um bocado mais amoroso do que escrevo normalmente mas pronto...

publicado por Ace às 22:42

Inútil e estúpido. Read at your own risk.

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A cama ilude as pessoas às vezes. Ela e a almofada.

Estão cheias de promessas de bons sonhos e descanso mas elas mentem ocasionalmente, torturando os ocupantes cansados que tudo o que querem é dormir.

'Yup, insónia é uma bitch.' pensou a jovem, esmurrando irritada a sua almofada que se manteve impávida e serena, quase como que ridicularizando-a com sussurros de descanso que ela realmente desejava.

"Odeio-te." disse ao inocente objecto inanimado que se manteve silencioso

Ela suspirou desanimada. Por muito giro que fosse esmurrar, insultar e acusar a sua almofada de ser a causa da sua insónia súbita, isso não a iria ajudar a adormecer.

Com outro suspiro, saiu da cama e calçou as sua pantufas cor-de-rosa.

Foi beber um copo de leite quente mas ela rapidamente apercebeu-se que não deu efeito nenhum. Por alguns segundos ainda brincou com a ideia de se despachar do relatório de Biologia para passar o tempo. No entanto, descartou-a. Não estava assim tão desesperada ainda.

Decidiu voltar para a cama e ficou a contar carneirinhos. Quando chegou ao carneirinho número 1162 (que era muito parecido com os carneiros números 1000, 272 e 20) desistiu. Ela pôs a almofada na cara e deu um grito surdo de frustração.

"Estúpida almofada fofinha e cama quentinha e parvo do João Pestana que hoje não decidiu vir e...." a jovem parou de resmungar, pestanejou umas quantas vezes e, quando a mente registou o que estava a fazer, murmurou "Boa, até começo a falar sozinha...."

Como a dos carneiros não resultou ela optou por outra táctica: Contar Zack Effron's!.... Parou quando chegou ao Zack Effron número 659.

"A culpa é vossa sabiam?" acusou novamente os objectos inanimados, finalmente conformada que não iria dormir naquela noite (Não a impediu de esmurrar a almofada outra vez).

"Odeio-vos." e com isso levantou-se e foi acabar o relatório que tinha por terminar.

 

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-.-;

Pois......... não tenho desculpa. Apeteceu-me criar algo relacionado com insónia. Infelizmente, foi isto.

publicado por Ace às 20:02
sinto-me: -.-;;;

11
Fev 11

Tudo muda.

As pessoas, os sítios, tudo.

 

A jovem olhou em volta, à procura de uma pessoa entre centenas de passageiros que se reuniam com a família, amigos, sócios ou que estavam sozinhos, ansiosos de ir para onde queriam ir.

Uma pessoa acenou-lhe e ela reconheceu uma das suas melhores amigas e de quem estava à procura, uma das poucas com quem falava (quando conseguia) mais que duas vezes por ano.

Outros conhecidos estavam lá e entre cumprimentos, abraços, sorrisos, os 'Tudo bem? e 'Então as novidades?' ela notou nas diferenças. Estavam todos mais velhos, uns com voz mais grossa ou aguda, outros altos ou baixos, musculados ou gordinhos, mais alegres ou silenciosos do que se lembrava. Estavam diferentes.

Foram todos para um café que, apesar das diferentes cores e diferentes empregados, reconheceu como um dos pontos de encontro favoritos para se encontrar com o grupo antes de ir para o Japão.

"O que vai ser?" perguntou uma das empregadas, bloco digital nas mãos, pronta para os pedidos. Cada um pediu a sua bebida de escolha: cerveja, imperial, café, sumo...

"Chá verde." respondeu e com um assento de cabeça, a empregada foi buscar os pedidos.

"Pensava que não gostavas do sabor disso?"

Ela encolheu os ombros "Mudei de opinião."

O resto do tempo foi passado com brincadeiras, sorrisos, risos e as novidades. As conversas mudaram também reparou ela. Já não eram sobre os mais giros ou giras da turma, sobre aquela nova música dos não-sei-quantos, sobre os exames e os testes e os professores. Agora eram sobre os empregos, sobre os chefes e os colegas, sobre a politica e sobre os namoros dos outros que lá não estavam.

O ambiente também mudara. Antes de ir para o Japão, ela não hesitaria em dar um abraço apertado e um beijo na bochecha a qualquer um deles repentinamente. Agora isso não havia aquela vontade.

Enquanto uma delas estava a falar dum dos namoros, a jovem olhou para a janela mesmo a seu lado enquanto bebia o chá, notando no sol bem no alto, a espalhar a grandiosidade do Verão pela cidade.

Uma pessoa passou. Tinha olhos azuis  e cabelo castanho claro curto. Estava mais musculado e alto. Ele passa sem olhar e ela volta a sua atenção à conversa.

O chá estava frio.

 

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Dias transformaram-se em semanas e estas arrastaram-se a meses.

Às vezes o grupo todo se encontrava no café, outra vezes era só um ou dois que estavam disponíveis, outras era só ela, a beber o chá verde, sempre na mesma mesa, no mesmo sofá (pois porque lá não eram cadeiras), pela mesma hora.

Um desses dias, ela bebia o chá quando ouviu as gotas grossas da chuva contra a janela. Olhou para a cena com a bebida entre as mãos para mantê-las quentes.

Ouviu passos a aproximarem-se da mesa e alguém a sentar-se no sofá da frente mas não tirou os olhos da chuva contra a janela.

A empregada vem.

"Uma bica." pede uma voz mais grossa do que se lembrava mas ela não ficou surpreendida. Tudo tinha mudado, inclusivamente ela.

Ficaram em silêncio, cada um com a sua bebida. Ela continuou a observar a chuva enquanto que ele a observava.

"Chegaste há uns meses não foi?" começou o jovem. Ela não olhou para ele mas acenou com a cabeça. "Como foi Japão?" recebeu um encolher de ombros. Ele continuou a fitá-la "Estás sempre aqui a esta hora não estás?"

A questão fê-la trancar os seus olhos verdes com os azuis dele "Reparaste?"

Um pequeno sorriso "Seria difícil não reparar quando passo por esta rua todos os dias, mesmo à frente do café."

A cara dela mostrou surpresa antes de ser trocada por uma expressão neutra "Então como vai tudo com a Susana?" tentou dar um ar casual.

Desta vez foi ele que desviou o olhar do dela e começou a brincar com a colher do café "Acabámos."

"A sério? Mas ouvi dizer que estavam perfeitos..."

"Heh.... ela não era quem queria." voltou a olhá-la nos olhos "Desculpa..." murmurou, totalmente sério.

Ela fitou-o "Já foi há anos. Ia para o Japão.... era o mais lógico..."

Ele vergou-se sobre a mesa "Não mudaste muito...." comentou.

Ao ver a expressão confusa dela ele continuou, levando o seu olhar para a chuva "Sempre adoraste ver a chuva a cair."

Ela sorriu "E tu adoras o cheiro a café não é? Só que agora também bebes...." inclinou-se sobre a mesa também até ficarem com os narizes quase a tocarem-se.

"E tu sempre gostaste do sabor...." sussurrou o jovem, incitando-a.

"Já algum tempo que não saboreio bom café...." olhavam-se nos olhos e eram só os dois. Ela aproximou-se um bocado mais até os lábios se encontrarem e os dois pares de olhos fecharem. O sabor a café era forte nele.

Separaram-se.

"Aquele foi o pior erro da minha vida...." admitiu

"Então teremos de rectificá-lo não achas?"

E os seus sorriso eram idênticos de quando eram mais novos. Estavam mais velhos, com gostos ligeiramente diferentes tal como hábitos e tinham muito mais conhecimentos.... mas o sentimento perdurou.

A chuva caía a réu.

 

Tudo muda.

As pessoas, os sítios, tudo.

Excepto, às vezes, os sentimentos.

 

 

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Pronto. Tentei fazer romance e isto aconteceu....

publicado por Ace às 21:20

09
Fev 11

Os ténis mal tocavam no chão com a velocidade com que corria. Ignorou os pulmões que gritavam para parar e recuperar o fôlego tal como o cansaço nas pernas que lhe rogavam descanso.

Os raios do sol batiam na cidade bem alto e foi por causa desse indicador que sabia que era provavelmente meio-dia, uma hora e que o trânsito iria piorar. Engoliu em seco, nunca parando por nada, sempre a tentar evitar atropelar alguém com a pressa.

Não olhou para trás mas nem precisou. Conseguia sentir que estava no meio do jogo do gato e do rato e que perder não teria boas consequências.

Deixou uma asneira escapar-se dos lábios quando viu a fila de carros, nas quatro vias, sem nenhuma abertura por onde pudesse passar, e dar a volta era demasiado arriscado nesta altura. Por isso, fez o que pareceu mais sensato na altura. Sem parar, deslizou o corpo pelo capô do carro, surpreendendo vários condutores entre os quais haviam uns que não tinham problemas em praguejar a altos berros. Vagamente ouviu alguém a gritar que já não havia boa educação nesta juventude.

Mal pôs os pés na calçada, já corria desalmadamente, desviando-se das pessoas o melhor que podia sem abrandar.

Chegou a uma zona praticamente deserta e virou. Só depois é que viu que era um beco sem saída. Parou repentinamente, escorregando um bocado pela gravilha e usou uma das mãos para se equilibrar.

Observou a área em volta, com as costas para o fundo do beco, sempre na mesma posição. Ainda pensou em tentar fazer um sprint e ver se se conseguia escapar mas o seu instinto dizia para ficar como estava e, como já aprendeu da pior maneira, o seu instinto tinha a tendência de acertar nestas coisas (só nunca no euromilhões). Decidiu ficar.

Subitamente, um punhal foi atirado na sua direcção. Devido à posição, facilmente evadiu o projéctil (que se foi espetar na parede do beco) rebolando para o lado. Rapidamente se pôs em pé, numa posição defensiva, sentidos alerta para tudo fora do normal.

Um sorriso hesitante apareceu nos lábios e decidiu começar a luta inevitável a dizer:

"Que tal acabarmos com isto depressa? É que tenho de estar em casa em breve."

 

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...Não tenho nada a acrescentar....

publicado por Ace às 21:55
sinto-me: ...
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07
Fev 11

Vou já avisar que isto tem sangue e é uma experiência...... eu não me responsabilizo por nenhumas imagens que tenham :P

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A lua cheia observava a cidade, a luz a iluminar o caminho a alguns que estavam a tentar chegar a casa antes dos criminosos decidirem sair.

Uma rapariga olhava a porta à sua frente, mão na maçaneta. Era estranho estar a ver aquela porta que lhe era tão conhecida mas que agora parecia-lhe estranha. Verdade que agora a normalidade lhe pareça um sonho tornado realidade também....

Abriu-a e entrou na casa, ignorando a mancha que ficou onde agarrara. Estava escura e silenciosa e ela teve de pensar se era a mesma casa que queria duas vezes pela falta de seres vivos. De uma certa forma, estava agradecida por não ver ninguém, por outra, estava preocupada.

Ligou o interruptor, piscando os olhos várias vezes para se habituar à luz, e foi até ao calendário. Pestanejou de surpresa quando viu que era Novembro. 'Seis meses....' pensou e observou os rabiscos nos dias anteriores, cheios de sítios e números e não conseguiu evitar o sorriso fraco e triste de lhe aparecer "Desculpem..." murmurou.

Decidiu recomeçar a andar até olhar para a cozinha 'Se calhar devia comer-'

-o grito de dor quase irreconhecível, o cheiro a carne queimada, a pegarem-lhe na mão para longe daqueles guinchos e sangue, por cima de corpos-

Quase que não chegou a tempo à casa de banho.

O estômago contraiu-se mesmo quando já nada mais tinha para vomitar deixando-a com o sabor ácido na boca e a mistura de cheiros que lhe fez ficar tonta. Quando o estômago se acalmou, puxou o autoclismo e levantou-se um bocado tremida, apoiando-se no lavatório. Distraidamente olhou para o reflexo dela no espelho.

Olhos cor de mel contrastavam com o sangue na cara que também cobria o cabelo habitualmente castanho claro com madeixas loiras dando aparencia de cabelo castanho escuro com nós que ela tinha a sensação nunca iriam sair. As roupas estavam rasgadas e encharcadas de tal maneira que nunca iriam ser recuperadas 'De qualquer maneira, nunca mais as iria vestir.' acrescentou, olhos enevoados de emoções e memórias que não queria rever.

Quase automaticamente, para relaxar, ela entrou no duche assim e ligou a água que desceu gelada pelo corpo. A água que ia para o esgoto estava vermelha.

Ficou debaixo da água durante algum tempo. Minutos ou horas ela não sabia. O tempo deixara de fazer sentido onde tinha estado e o relógio biológico dela iria demorar algum tempo a voltar ao normal 'Isso é, se voltar...'

Saiu de lá e cambaleou ao longo do corredor e das escadas até entrar num quarto - no quarto dela.

Vagamente ela sabia que não era boa ideia adormecer encharcada como ela estava mas o seu lado recional pareceu ter ido tirar férias bem longe, deixando-a com o lado que lhe dizia para ir dormir.

Caiu na cama exausta, já a dormir antes da cabeça tocar na almofada.

publicado por Ace às 20:06
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06
Fev 11

Combinações de números, letras e símbolos navegavam pelo ecrã a velocidades tremendas que o normal olho humano não conseguiria acompanhar a não ser que soubesse o que se procurava.
Códigos informáticos  rapidamente traduzidos no cérebro daquele que trabalhava no portátil, peças do puzzle a encaixar-se, a tentar ganhar o jogo arriscado onde se tinha metido, os dedos a voar pelas teclas sem um olhar na sua direcção com olhos concentrados na procura do objectivo pela qual lá estava, raramente pestanejando para ver se nada perdia.
A busca da entrada do labirinto era acompanhada pelo som das teclas do teclado, um parque de diversões para as suas mãos do qual nunca parou de gostar. Uma falha foi encontrada nas fortaleza supostamente impossível de penetrar e um sorriso satisfeito dançou-lhe nos lábios por breves segundos até lá entrar onde a expressão ficou séria, com os riscos a aumentarem. Um erro mandar-lhe-ia para a prisão ou pior.
Os dedos começaram a martelar nas teclas ainda mais rapidamente, a atenção fora redobrada com os músculos tensos em expectativa, prontos para desligarem a internet ao mínimo sinal de ter sido descoberta a sua intrusão (vagamente, um lado irritante da sua mente que decidiu divagar, comentou que se notassem que tinha entrado passaria de um jogo de escondidas a um da apanhada.).
As sequências estranhas a quem não souber continuavam a percorrer o ecrã de um lado para o outro. Subitamente encontrou os ficheiros que queria e fez download. A espera foi tensa, sempre com o dedo pronto para carregar no off do router e com os olhos pregados ao ecrã no caso de alguém ter reparado.
Quando o download acabou deixou um suspiro de alivio escapar-lhe. O teclado voltou a ser atacado e apagou qualquer rasto que pudesse levá-los ao seu portátil pessoal.
O router foi posto a descansar e outro suspiro escapou-lhe, desta vez seguido de um sorriso vitorioso que se alastrou pela boca e que se conseguia ver nos seus olhos.
Decidiu abrir os ficheiros naquele momento e o sorriso foi trocado por uma expressão de confusão e depois de surpresa horrorizada.
"Isto não é bom..."

 

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Pois...... estava a tentar fazer algo ligado à informática e saiu-me isto -.-;

publicado por Ace às 22:49

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